domingo, setembro 01, 2013

A Tua Amiga, de Maria Porto



Acabei de ler um dos livros mais divertidos que li nos últimos anos (o outro que li, e que me fez rir às gargalhadas, tal como este, foi o “Happy Sex”, de Zep, em Banda Desenhada, conforme podem ler aqui: http://bongop-leituras-bd.blogspot.pt/2010/09/happy-sex.html).


A Maria Porto, autora do livro “A tua amiga”, escreve de uma forma escorreita, divertida, fluida, e sem pretensões de querer ser o que não é. Aliás transparece que ela é exactamente como escreve, e se descreve.


E agora estão aí a pensar “fucka-se, mas o livro já saiu em 2006 e só agora é que chegou às mãos da Diabba?”, é verdade, há coisas assim, que acontecem no momento certo para acontecerem. Este livro só poderia ser lido por mim em 2013, numa altura em que estou de bem com a vida, comigo, e com quem me rodeia.


Bom deixando-me de conversa mole (e o livro trata de tudo menos de coisas “moles”), vamos ao livro:


É um livro com pequenas crónicas do dia-a-dia de uma Acompanhante de Luxo (as maiúsculas foram propositadas, pois há Acompanhantes, e acompanhantes), que se diverte e gosta do que faz.


Não está com pudores, nem conta histórias da carochinha, para explicar como chegou ali, precisava de dinheiro, gosta de sexo, e optou por utilizar o seu corpo como instrumento de trabalho. Nada contra.


As histórias são hilariantes, e ela conta-as com um despudor, e uma alegria contagiante. Protege todos os seus clientes com uns cognomes fantásticos, pois podem ser centenas de pessoas a encaixar-se no que ela descreve.


A história do “Autarca” é hilariante, imaginar um qualquer político a fazer de cão, e a andar atrás de um osso, a obedecer ao “busca”, “rola”, “senta”,  e para terminar com um “fica” quando o serviço acaba, levou-me às lágrimas de tanto rir.

A história do “Anão”, ou do adepto de um certo clube de futebol, são de rebolar a rir.


Parece que a Maria Porto já não é Acompanhante, e também parece que deixou de escrever, tenho pena, principalmente que ela tenha deixado de escrever pois a alegria dela, e o sentido de humor ficam bem nem que seja para falar de torradas (feitas por alguém que não ela, entrar na cozinha parece que vai contra a religião da Maria).


A merda da trilogia das “50 sombras de Grey” fica a anos luz deste livro fantástico, porque este livro é real, as experiências são reais, as loucuras são reais, os fetishes são reais, e não havendo nenhum que eu nunca tivesse ouvido falar (ok, confesso, há pouca coisa que me surpreenda), a forma como ela vai resolvendo as coisas quando lhe pedem algo que nunca tinha feito (há que ter em conta que a Maria tinha pouco mais de 18 anos), é fantástica. E o humor com que encara as coisas? “foda-se, nunca mais usei aqueles aneis”. Lindo.


Li o livro porque o meu escravo-amigo Hugo Silva (vejam o blog dele aqui: http://aindasoudotempo.blogspot.pt/ ) fez o favor de mo emprestar, e logo à segunda história decidi que tinha de ter este livro para mim, mas…


E agora? Fucka-se, isto saiu em 2006, não há o livro em lado nenhum… editam tanta merda, podiam reeditar este


Encontrei o livro num site de livros usados, deve chegar na próxima semana.


Maria Porto, vou querer o meu exemplar autografado! Eu dou-te um livro dos meus à troca se quiseres.


Procurem este livro em alfarrabistas. Leiam-no.


Se tivesse de o classificar de 0 a 10, dava-lhe o 10.
Plágio encapotado. Ler post de 10.Abril.2011.