Tenho tido pouco tempo, para fazer coisas que realmente me dão prazer, e uma delas é ler. Posto isto, e porque não é uma obra imensa, peguei na peça de teatro, de William Shaskespeare, e fui-a lendo aos poucos, aos poucos porque desculpem-me os fãs, aquilo é uma caca.
Ninguém, nem nos finais do século XVI, usaria aquele palavreado todo para dizer coisas tão simples. Mais, compreendo porque motivo ele teve que alterar a obra várias vezes, acrescentar-lhe personagens, é que, ao que li sobre o assunto, a obra era tão má, mas tão má, que nem na época, em que a maioria das pessoas não sabia ler nem escrever, aquilo pegou.
Mas o que me chamou a atenção, foi o evoluir das coisas em termos de direito penal (é deformação profissional, olho sempre para algumas coisas com outros olhos que não os de uma normal leitora).
Assim, pelo que percebi, num diálogo entre o Capuleto (pai da Julieta) e Páris (candidato a noivo da dita), era normal homens interessarem-se por crianças.
Todo este enredo gira à volta duma menina de 13 anos, senão vejam:
Capuleto: Não posso senão repetir o que já vos disse. A minha filha nada sabe do mundo. Ainda não completou catorze anos. Deixai que mais dois verões extingam o seu explendor para que eu a julgue madura para o matrimónio.
Páris: Outras mais novas que ela são já mais felizes.
Reparem no “outras mais novas que ela são já mais felizes”, ou seja meninas com menos de 13 anos “eram já mais felizes” por terem casado.
Conclusão:
1 – Hoje, o Páris seria perseguido como pedófilo (ver artº 171º do Código Penal - googlem, que a forma de colocar links desapareceu);
2 – Mas que credibilidade tem um amor, coroado por mortes, entre uma criança de 13 anos e um marmanjo armado em Romeu?
3 – Pode ser que no teatro, ao vivo, eles dêem a volta ao texto, e façam algo decente, mas quanto à obra, eu se fosse a vocês evitava lê-la!